SIMPLES MOMENTOS DA VIDA

Mais uma manhã em Londres. Após meu café, me sentei à pequena mesa e comecei a checar minhas coisas na internet. Enquanto fazia isso, ficava observando uma família de ratos passeando pelo quintal. Mãe na frente e os 4 ratinhos atrás.Estavam em fila indiana. Era uma cena interessante.Eles,
os ratinhos, seguiam sem sair da fila indiana.Eu deveria matá-los.Afinal, todos nos fazemos isso com os ratos.Os matamos! Quase todos os dias os vejo na minha porta e não consigo nem se quer pensar em matá-los. Eu sei das doenças que ele nos trazem mas, mesmo assim, não consigo matá-los. A minha sorte é que apareceu um lindo gato preto. E ele, anda farejando... algo. Sinceramente? Não sei para quem estou torcendo.
Me troquei e peguei um ônibus direção ao centro.Me sentei e em seguida veio um inglês de meia idade muito mal encarado e sentou logo a minha
frente. Ficava pensando o porquê das pessoas serem tão mal encaradas.Olho através da janela e admiro uma árvore frondosa e um verde... tão... bonito! Apos isso, fiquei à admirar a maravilhosa arquitetura estilo vitoriano. E quando o ônibus para num sinal, vejo uma mulher e seu zangado marido ao lado dela. Ele parecia estar demarcando o território. E tinha um ar defensivo. Se alguém fizesse qualquer gesto, com certeza seria agredido por ele! O marido tinha um olhar.... revoltado! Um olhar de alguém que havia sofrido muito! De alguém que já havia sido maltratado. Quando eles estavam bem próximos do ônibus, pude ver claramente que não era um homem! Não. Não era um homem. Era uma mulher! Sim! Uma mulher! Na verdade uma transexual! (Transexual - a mente não corresponde ao corpo./Lésbica - Não existe conflito entre mente e corpo.) Eram uma lésbica e um transexual.
Enquanto elas se perdiam na minha visão.... olhei em direção ao estranho homem a minha frente dentro do ônibus e este estava com seu dedo indicador parado. Achei aquilo estranho. Olhei melhor e percebi que havia um mosquito verde claro em seu dedo.Ele admirava o mosquito. Estranho... um homem tão mal encarado e tão sensível a ponto de admirar um simples mosquito....

Simples momentos da vida.

Escrito por Heliomar Melo